Toque
Desde o início da história da humanidade, a espécie humana vem relatando os acontecimentos, através de diferentes formas de narrativa – dança, música, pintura, escultura, literatura, teatro, fotografia, cinema, com o intuito de contar ao outro a sua forma de ver e sentir o mundo. Essa interação social é encontrada em todas as civilizações, e tem como princípio básico a liberdade de expressão. No entanto, com o passar do tempo, os relatos vão ficando mais elaborados e se revestindo de objetivos didáticos específicos.
O Enuma Elish surge na Mesopotâmia, para alguns historiadores, entre XVIII e XVI a.C. O poema relata a criação do mundo e a construção de heróis, tomados como exemplo de força e poder, impondo limites à realeza humana, que deve seguir o modelo divino.
A história do gênero poético “aldravia” começa no ano 2000m em Mariana – MG, a partir do lançamento do jornal Aldrava Cultural, idealizado por Gabriel Bicalho. Rompe barreiras formais de produção e propõe a abertura de portas para o inusitado do cotidiano, captado pelo olhar atento do poeta. Deriva da palavra aldrava – termo que designa o utensílio com o qual se chama a atenção do outro, através de toques, para que uma porta seja aberta.
A aldravipeia é o conjunto de 20 aldravias – poema livre de seis versos univocabulares, que mantém a sua autonomia e unicidade. Uma palavra poderá ser interpretada através de vinte diferentes significados, colocando em destaque conceito, sentimento, sensação, etc., explorando a polifonia – expressão de sentidos diferentes.
Ivanilde Morais de Gusmão, professora e escritora, lança a sua primeira aldravipeia com o objetivo de tocar o sentimento do leitor e convidá-lo para, além de ser coautor, compreender o processo histórico do homem e, a partir daí, buscar, através da escrita, contribuir na caminhada do ser social em sua humanização.