Construir um novo tempo!
Nas frestas do tempo vamos olhando o
Mundo e tentando compreender a vida e
a caminhada até a realidade que vivemos.
É na existência que nos tornamos humanos.
Todos os sentimentos, sensações e as fantasias,
são apropriados pelos símbolos e representações.
Os grupos humanos, da família à nação são
universos isolados que se articulam infinitamente.
As coisas parecem efemeridades, mas significam
vida eterna e, mesmo assim, um existir na sua essência.
Cada coisa, cada elemento tem seu próprio brilho
interior captados pelo olhar e percepção que
cada um tem do espaço em que se insere..
Perceber o Mundo é abrir portas do conhecimento.
Para agir é preciso um olhar atento e a compreensão
do existir para desenvolver a consciência da realidade
e da beleza na peculiaridade do vazio e da divindade.
Para tanto é preciso despojar-se de si do seu eu egoísta.
É necessário a despersonalização, a perda de noção,
tanto do espaço e tempo e na liberdade do olhar atento
e sincero para um mundo em movimento…
No viver em sociedade, até agora, são as organizações
sociais que estabelecem a compreensão e o padrão do
ser das coisas e das formas dos olhares:
tanto na intensidade da expressão do sentimento,
como na existência e na importância de sua essência.
Assim, as coisas parecem não ter o valor exato de sua
verdadeira utilização, mas apenas para contemplação
da forma no campo da visão, com olhares dispersos e
sentimentos vazios sem captar delas a essência. Nesse
processo o sentir e o saber que na coisa, no objeto,
está personificado se esvazia de sua individualização.
Entendimento esse de que no mundo cada um do
ser social tem, em potencial, a onisciência que se
devolve com a consciência. Consciência de si e do
outro na sua alteridade e na complexidade de ser
único e universal.
Essa metamorfose ocorre porque, na forma de
Organização social em que se vive, a capacidade
de produção e construção da vida, bem como o
olhar sobre ela, as informações são filtradas e excluídas
pelo cérebro e sistema nervoso para que a realidade seja
vista e compreendida invertidamente, como no espelho.
No processo de olhar e perceber o mundo, cada ser
humano é tanto beneficiário como vítima de uma
construção na linguagem na qual se insere ao nascer,
isto porque, a língua permite ter benefícios, permissão
e acesso ao conhecimento legado, tanto pelos que vieram
antes, como também da experiência e sentimentos de
outros no espaço e tempo do conviver cotidiano.
Os humanos são também vítimas dessa percepção e
dos olhares que os envolvem, porque o saber é limitado:
tanto pelas possibilidades que tem na materialidade da
vida; como pelo idioma, formas de acesso as informações
e ao conhecimento para compreender o mundo.
Concretamente tem-se a certeza de conhecer a verdade
das coisas e da vida nos fatos vemos e captamos expressos
nos gestos, nas palavras, nos sentimentos que expressam.
Então, a compreensão de que se conhece o Mundo,
a realidade nada mais é do que o universo de um saber
limitado e estabelecido pelo idioma, no espaço e no
tempo histórico em que se vive. Daí porque a visão
de mundo e o conhecimento da maioria das pessoas
se limita a uma redução da realidade nas expressões
idiomáticas de cada um envolvido no sistema, isto é,
na organização social, no espaço em que se insere.
Resulta daí que as sensações consideradas utilitárias,
são selecionadas e impostas pelos interesses da
estrutura de poder e são consideradas como uma
verdade da realidade, quando são apenas imagens.
Assim, os fatos reais são desprovidos de sua
utilidade biológica na visão onisciente limitada
pelo idioma pela visão, percepção determinados
pelos interesses da organização social existente.
As consequências desse entendimento é que
tanto os olhares e as percepções sensoriais e
extra-sensoriais, quanto a beleza do mundo,
a glória da revelação, o significado e valor das
coisas e a visão do fato objetivo são apenas
uma aparência da imensa expressão do mundo,
cuja essência é de uma profunda complexidade.
Exemplificando essa questão é interessante
entender que a visão e percepção das cores
é considerado uma expressão biológica, apanhada
e compreendida pelos humanos intelectuais
e espiritualizados, necessário para a sobrevivência
do homem enquanto ser social, síntese do universo.
Então, a busca pela percepção em-si da realidade é:
uma determinação para o homem humanizar-se;
um determinante na busca para ver, perceber e
compreender o mundo na sua essência e na capacidade
de produzir e construir um novo tempo onde todos
se reconheçam de uma mesma origem, gerados pela
Mãe primeira, a Natureza e habitando o mesmo espaço,
o Planeta Terra…!!!!