Numa procura de si própria, recolhe-se num silêncio
profundo, buscando entender o segredo da vida.
O sossego adquire a forma de uma solidão.
O mundo para em sua velocidade incontrolável,
um instante insone, a respiração o único som.
É preciso desvendar o enigma das horas…
Escuta rumor e … num estampido ensurdecedor
procura compreender sua existência …
Se abstrai na quietude do momento…
Em si, o silêncio emerge com altivez e coragem,
gosta do grande silêncio anunciando o pensamento.
Há saudade que se mistura à força do silêncio.
Ah, como o silêncio palpita na sua autonomia:
Imperativa, categórica, inabalável.
Aceita, sem contestação, o poder do silêncio.
Resigna-se a sua condição de ser única,
num silêncio que só sabe ser…
No instante do instante silenciosamente
aprendendo a ser forte, a sobreviver.
É tão tarde, tão escuro… e há tanto silêncio!
Simplesmente… assustador!
Sob os cânticos do silêncio, no pensamento,
e sob a escuridão, uma reflexão…sem palavras…,
só sentimentos!