Este livro é resultado de um longo processo de estudo, com o objetivo de compreender a construção do pensamento do filósofo alemão Karl Marx (1818). A sociedade caminha por todas as suas fases. E relembra guerras e conquistas e o faz integralmente. E caminha caminhando e fazendo o caminho. Há uns e outros caminhos. O velho Maquiavel e o seu príncipe, montado num cavalo branco, ou ditando regras e modos de comportamento, disse que a política é feita pelos homens para os homens. Rousseau tratou da origem da desigualdade entre os homens, encontrou a propriedade, compreendeu um pouco o mundo relacional, todavia, esbarrou nos seus próprios conhecimentos. E chegou o terceiro, veio sem cavalo e sem rédeas, e foi com este que o mundo inventou o caminho da emancipação. Karl Marx, não foi necessariamente o terceiro, mas não seria erro considerá-lo o primeiro. O que compreendeu a luta de classes e a existência de duas classes fundamentais: Capitalistas e trabalhadores, donos dos meios de produção e da força de trabalho. E aqui entra Ivanilde Morais, professora da UFAL, Universidade Federal de Alagoas, que sabe de tudo, ou melhor, sabe a que veio este senhor judeu alemão que viveu o seu tempo e vive neste presente atual, em outros futuros, outros tantos tempos.

Ivanilde nos mostra que Marx foi ao passado buscar a história e nos trouxe o materialismo histórico, o que põe e repõe a luta de classes, foi hegeliano para se por na dialética, foi além, superou Hegel para sair do idealismo e colocar-se num campo novo, o campo da dialética materialista. Sai fora do misticismo lógico. Sai da relação aparente. E trabalha Ivanilde no Manuscrito de Kreuznach onde Marx desmonta toda a construção hegeliana e critica a Ideia subjetivada, e trata da democracia, da verdadeira democracia. Vai além da democracia republicana, transformando radicalmente o conceito de democracia, implicando esta transformação, na superação do Estado político alienado e da sociedade civil privatizada. Diga-se para explicar a diferença básica, que a verdadeira democracia não faz os cidadãos juridicamente e politicamente iguais para torná-los profundamente desiguais na vida social. Existe em Marx outra democracia, a da emancipação. Forja-se neste tempo o Marx pós Hegel, com o nascimento do ser emancipado.